III
3 de março de 2011 (parte 2)
Tânia: Estou?!
Não obtinha resposta do
outro lado da chamada. Voltei a chamar várias vezes, mas nunca obtive resposta,
nem um único som. Já estava para desligar quando oiço do outro lado um género de
gravação a começar.
Giovanna: Já podes tirar a
venda!
Georgia: Podes entrar nessa
porta, está ai a tua surpresa!
Sharon: Hum, entrem vocês
primeiro!
Giovanna: Não, tu é que és a
aniversariante! Entra!
Vicky: Então! Entra! Entra!
Sharon: Não parece ser seguro…
Giovanna: Sharon, nem pareces
tu! Entra!
Todas: Parabéns a…. Ahhhhhhhh!!
A chamada foi desligada antes
de eu puder perguntar quem era, mesmo que tivesse tempo não era capaz de
libertar nenhuma palavra da boca. Estava a suar pelas mãos e o telemóvel
escapou-me por entre os dedos. Mais uma vez tinha ficado sem reação, não sabia
o que fazer, agora tinha a certeza que não era preciso sentir-me insegura em
relação às raparigas.
Tinha medo de voltar
para casa sozinha, mas não tinha mais nenhum sitio para onde ir, liguei o carro
e comecei a passear por Londres. Via as pessoas a passear pela rua, como se não
tivessem problemas. À cabeça só me vinham imagens daquela noite de férias,
vinha-me também a imagem daquela criança do meu sonho, não sabia o porquê, não
conhecia nenhuma criança assim; pensava também no meu fio e como é que ele foi
parar ás minhas mãos.
Tive de fazer uma
travagem brusca para um senhor, já com a sua idade, pudesse passar à
passadeira, estava tão distraída com os meus pensamentos que acabei por
desligar, esqueci-me do tempo, não reparei nas horas.
Dei a volta ao carro,
ganhei coragem e fui para casa almoçar. Quando entrei em casa, senti novamente
uma estranheza ou uma sensação de uma outra presença na casa. Corri para o
quarto para ver se faltava alguma coisa, abri gavetas, espreitei por baixo da
cama e abri o guarda joias, faltava-me o colar, o colar desaparecido que
apareceu na minha primeira noite em Londres.
Sentia a necessidade
dentro de mim de gritar, mas contive-me e uma pergunta simbólica escapou-me por
entre os lábios secos.
Tânia: Está ai alguém?
As janelas e as portas
estavam fechadas, então, se alguém entrou, entrou pela porta. Sentia-me mal por
pensar outra vez na Dona Mary, era impossível ela estar envolvida nisto e para
além disso ela já estava, morta.
Tânia: Georgia, quando
ouvires esta mensagem tenta vir o mais rapidamente possível para minha casa.
***
Georgia: Que se passa?
Só consegui chegar agora…
Tânia: Alguém esteve em
minha casa.
Georgia: Como assim?! A
minha avó, quer dizer a Mary, está… (não conseguiu dizer a palavra, recuperou o
folgo, conteve as lágrimas e continuou) e nós nem chegámos a saber se era ela
que tinha a chave.
Tânia: Então temos de
descobrir.
Georgia: Como?
Tânia: Voltamos lá!
Georgia: Oh não! Não,
não! Nem penses!
Tânia: Oh Georgia, tem
de ser. Vamos lá agora antes das raparigas chegarem, quando mais depressa
resolvermos isto melhor!
Georgia: Não Tânia,
esquece!
Tânia: Por favor
Georgia. Não precisas de entrar… Eu compreendo que custe, mas por favor!
Georgia: Mas porquê
agora?! Esperamos por elas…
Giovanna: Posso entrar?!
Tânia: Sim, estamos na
sala mas já estamos de saída! (puxei a Georgia pelo um braço e dirigimo-nos até
a porta de entrada onde a Giovanna esperava-nos com uma cara de confusa)
Giovanna: Saída? Mas
pensei que era aqui que nos encontrávamos…
Tânia: E é, mas vamos a
casa da Dona Mary.
Georgia: Oh Tânia, não!
Tânia: Não precisas de
entrar…
Giovanna: (olhou para
nós e tomou uma decisão, que nunca esperei que ela entrasse no “nosso filme”
tão rapidamente) Se é para ir é agora! Daqui a pouco a mãe do Tom vem trazer a
Carrie.
Tânia: Vamos!
Bati a porta da casa e
confirmei várias vezes para ver se estava realmente bem fechada, depois batemos
em conjunto as portas do carro e fomos a caminho da casa da Mary.
Tânia: Então Gio, que
dizia a tua mensagem?
Giovanna: Dizia para eu
não aceitar…
Georgia: Aceitar o quê?!
Tânia: O pedido de
casamento do Tom…
Georgia: Ele já te
pediu?
Giovanna: Não, mas eu
encontrei o anel numa das gavetas dele.
Georgia: E porque é que
eu não sabia de nada disso?
Giovanna: Desculpa
Georgia, não em entendas mal, mas se tu já soubesses o Danny também e isto é
uma surpresa.
Georgia: Mas a Tânia já
sabia…
Tânia: Vais dar agora em
ciumenta?!
Giovanna: Peço desculpa
se eu agora ando mal disposta e sinto-me completamente sozinha porque não posso
contar nada ao meu namorado e agora as minhas amigas não confiam em mim! (foi
elevando o tom de voz para mostrar que estava revoltada)
Giovanna: Calma Georgia,
nós sabemos que estás a passar um mau bocado, mas nós vamos tentar resolver
isto o mais depressa possível e não tens de descarregar a tua raiva em nós.
Tânia: Vocês acham que
se fossemos à polícia eles descobrem de quem é o número?
Giovanna: Não sei.
Porquê?
Tânia: Porque eu hoje
recebi uma chamado do “sem número” que devia ser o, ou a, tal SSS e, ninguém
falou, mas apareceu uma gravação…
Georgia: Que gravação?
Tânia: Da vossa conversa
antes da Sharon entrar naquela sala.
Georgia: Vocês acham que
é ela que está por trás disto tudo?
Giovanna: Não digas
isso! A Sharon pode ter muitos defeitos, mas matar ou ameaçar as amigas assim,
não me parece!
Tânia: Mas neste momento
só pode ser ela…
Giovanna: Como é que
vocês são capazes de dizer isso?! Não sabemos nada dela desde essa noite, nem
sabemos se está viva ou… Não sabemos nada, e pouco tentámos contactar com ela,
e agora estão a acusá-la disto tudo?!
Tânia: Sim, tens razão…
Mas quem poderá ser?! Só nós é que sabemos dessa noite e só a Sharon é que pode
guardar rancores!
Giovanna: Por favor não
vamos por essa hipótese.
Georgia: Chegámos. Eu
fico aqui. Tentem não demorar.
Saímos do carro e
começamo-nos a dirigir à porta das traseiras, a porta estava encostada, era
sinal de que alguém entrou dentro da casa. Olhei para a Giovanna e apercebi-me
que estava com medo, dei-lhe a minha mão para a aclamar.
Tânia: Deve ser a
família dela…
Acabámos por entrar e
rapidamente começámos a procurar nas gavetas mais óbvias para guardar chaves,
no piso de baixo não estava nada. Resolvemos subir e começamos novamente a
procurar. Ainda não tínhamos encontrado nada, faltava procurar no quarto da
Dona Mary.
Olhamos uma para a
outra, não parecia correto o que estávamos a fazer, mas era necessário fazer
para que pudéssemos acabar com tudo de uma vez. Começamos a abrir a porta entreaberta
e finalmente, quando estávamos dentro do quarto começamos a ouvir uns passos.
Tânia: Vem aí alguém!
(tentei sussurrar entre o medo e a curiosidade de saber quem vinha lá)
Giovanna: Georgia, és
tu?!
Parámos durante uns
longos segundos e não voltámos a ouvir mais nada, admitimos para nós próprias que
foram barulhos inventados pelo nosso medo. Continuamos a procurar e, à medida
que abríamos as gavetas íamos fazendo cada vez mais barulho e ignoramos por
completo os sons vindos da madeira.
Tânia: Encontrei!
Giovanna: Cuidado!
Tínhamos acabado de ser
atingidas por algo que nos bateu na cabeça e deixou-nos inconscientes. Comecei a
abrir os olhos com uma grande dificuldade, coloquei logo a mão na cabeça porque
me doía bastante, assim que recuperei dei por mim deitada no chão com as mãos e
os pés atados e com a boca tapada. Olhei em volta e vi duas pessoas de preto na
ombreira da porta a falarem, quando me viram acordada uma delas dirigiu-se até
mim, a outra foi-se embora.
Tânia: Quem és tu?!
(tentei expressar-me o melhor que podia considerando a minha situação) O que
queres de mim?!
Voltei a ter medo, muito
medo, reconhecia aquela escala de medo, como no verão passado, tinha medo que
me voltassem a fazer mal.
Tânia: Deixa-me ir… Por
favor…
Olhava para a pessoa
para ver se a reconhecia, com a aproximação reparei pela aparência física que
era uma rapariga. Voltou a afastar-se para ir pegar algo, que provavelmente foi
o mesmo que me bateu, a mim e a Giovanna.
Tânia: Não por favor!!
Estava com cada vez mais
medo, só conseguia ouvir o meu coração a bater cada vez mais, à medida que se
ia aproximando ia ficando sem esperanças e de um momento para o outro as
lágrimas que escorriam pela cara secaram, era como se tivesse recuperado a
vista, como se o mar de lágrimas que se tinha formado nos meus olhos secasse. Voltei
a olhar para ela e vejo que não era um pau que trazia na mão, mas uma espécie
de uma tesoura, quereria fazer-me mal ou ajudar-me, foi nesse momento, de
perguntas indeterminadas e a surgirem na minha cabeça, que a sinto cair aos
meus pés.
Tânia: Quem está aí?
Georgia: Sou eu.
Tânia: Georgia?!
Solta-me!
Georgia: Quem é?! O que
aconteceu?!
Tânia: Não sei. Vai soltando
a Gio.
Georgia: Gio, acorda! Acorda!
Giovanna: Ah, a minha
cabeça! Que se passou?
Georgia: Anda
levanta-te, acho que encontramos quem nos anda a ameaçar.
Juntámo-nos todas em
volta do corpo estendido no cão, com um movimento leve do meu pé, girei o corpo
para que pudéssemos ver quem era. Ficámos sem palavras quando a luz do luar
entrou pela pequena ranhura da janela e focou a cara da pessoa.
Giovanna: Não é possível…
Tânia *
Ahhhh!! Quem é??
ResponderEliminarMuito fixe, continua (:
olá!
ResponderEliminarachas bem acabar assim o capítulo? a mim não me parece nada bem xD
ly marida <3
Tânia!!! eu não acredito que paras-te aqui!!
ResponderEliminarai quero mais!!! quem é???????
Estou a adorar!! viciei!
Olá, obrigado pelo teu comentário e não é que é mesmo? :o Eu ás vezes dou por mim a distribuir o tempo para cada site que visito para tentar sair as horas previstas do computador, mas fique sempre mais do que devia ahaha :$
ResponderEliminarQuanto a este capítulo o que posso dizer é que está simplesmente P E R F E I T O :D Wouw agora estou mesmo curiosa para saber quem é que as anda a perseguir :o
Estou ansiosa para o próximo capítulo. Beijinhooos :D <3
Adoro a tua história!
ResponderEliminarEstou muito ansiosa pelo próximo capitulo e para saber quem é que está por trás dessas mensagens... :D