sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Capítulo 5

V
5 de março de 2011 (parte 1)
Giovanna: Estão mesmo lá fora!
Deixou o telemóvel cair e saiu a correr para a rua. Seguimo-la a grande velocidade. Estava bastante chuva, o que não a impediu de se colocar no meio da rua e começar a gritar.
Giovanna: O que queres que eu faça para nos deixares em paz! Ou então deixa a Carrie! Por favor! Que fizemos nós?!
Corri até ela e tapei-lhe a boca para que ela não conseguisse dizer mais nada.
Tânia: Que estás a fazer? (fui tirando a mão da sua boca lentamente)
Giovanna: Eles estão-nos a ver! (voltou a gritar) Eu faço o que quiserem!!
Vicky: Trá-la para dentro!
Tentei puxa-la mas ela vez força e soltou-se. Deixou-se cair sobre os joelhos no meio do chão e ficou ali a chorar. Juntei-me à Vicky junto à porta e olhámos em volta para ver se víamos alguém. Era difícil distinguir as formas da rua com aquela chuva, mas junto a um carro via-mos um género de vulto.
Tânia: Vê, ali à frente!
Vicky: É alguém!
Tânia: Vamos buscar a Gio!
Pegámos nela e arrastamo-la dificilmente para casa.
Giovanna: Porque é que não me deixaram ficar lá fora… Eles estavam lá, tenho a certeza… (suspirou e deixou-se cair no degrau das escadas)
Tânia: Porque estavam mesmo lá fora!
Levantou-se de repente e ficou com cara de espanto e de medo.
Giovanna: Estavam?
Vicky: Não sabemos… Podiam ser crianças a brincar…
Naquele momento olhámos para a Vicky e descontraímos por um bocado.
Tânia: Achas? Com esta chuva duvido muito que andem crianças a brincar na rua…
Rimo-nos um pouco, mas logo a seguir veio outra vez as preocupações e o medo de quem poderia estar lá fora e se ainda estavam a observar-nos.
Vicky: Não acham que é melhor avisar alguém que estamos a ser perseguidas?
Giovanna: E o que dizemos Vicky? Quem nos andam a ameaçar pelo o que fizemos à uns anos? Ainda nos culpam a nós!
Vicky: Mas já sabemos que ela está bem…
Giovanna: Mesmo assim. Não nos podemos esquecer do que aconteceu à Tânia. Nem sabemos se é por causa disso que nos andam a ameaçar.
Tânia: Meninas, já é tarde. Vamos ver se comemos alguma coisa e descansamos. Amanhã levantamo-nos cedo e falamos com a malta sobre a ideia de ir ao lago junto à casa da mãe da Vicky e do Danny e, vamos levar isto com calma.
Todas concordaram. Comemos e fomo-nos deitar.
***
Acordei novamente em pânico a meio da noite. A Vicky estava a dormir comigo e acordou com a minha agitação.
Vicky: Estás bem?
Tânia: Ah, sim. Ando a ter uns sonhos estranhos…
Vicky: Então?
Tânia: Não sei bem. Acordo sempre com a imagem de uma criança muito bonita, mas não a conheço…
Vicky: Não se preocupes, são só sonhos. Volta a dormir.
Tentei relaxar e deitei a minha cabeça sobre a almofada a tentar esquecer a pequena cara da criança dos meus sonhos.

Fui a primeira a acordar no outro dia. Levantei-me e comecei a chama-las.
Tânia: Meninas, andem, acordem.
Fui-lhes tocando nos braços e nas pernas à medida que me ia afastando da cama para sair do quarto.
Tânia: Estou lá em baixo à vossa espera.
Desci as escadas e fui até à sala onde me sentei à “chinesa” no sofá e liguei a televisão. Fiz zapping durante alguns segundos e só depois me lembrei de ir avisando os rapazes para a ida ao lago. Peguei no telemóvel e mandei uma mensagem a todos.
PARA: Danny; Harry; Tom
MENSAGEM: Olá! Espero que hoje os McFly não tenham nada para fazer que eu quero vocês todos em casa da minha tia para um dia no lago! Não digam que não, por favor. Confirmem e encontramo-nos lá antes da hora de almoço. Beijos. P.S: Avisem as vossas miúdas. (:

Passado pouco tempo obtive resposta de todos, menos a confirmação da “miúda” do Danny. Resolvi tentar ligar novamente à Georgia. O telemóvel chamou durante pouco tempo, a chamada foi cancelada. Naquele momento a preocupação que estava a ter por ela deu lugar a raiva, raiva pela atitude dela, raiva por fazer o meu primo sofrer e raiva por desistir sem pensar que nós todas também sofremos.
Giovanna: Bom dia!
Tânia: Bom dia meninas. Já avisei os rapazes, eles vão. Vamos andando e tomamos o pequeno-almoço pelo caminho.
Vicky: Sim, por mim tudo bem.
Giovanna: Falas-te com a Georgia?
Tânia: Tentei, mas a chamada foi cancelada.
Arranjámo-nos e fomos andando em direção a casa da minha tia, Parámos no café do costume para tomar o pequeno-almoço onde nos encontrámos com o Harry e a Izzy. Assim que pagámos, não fizemos serão e fomos de rumo a um dia para descontrair.
Assim que chegámos ficámos logo surpresos com a presença do Danny junto ao portão com o seu pai ao lado. Como sempre fomos recebidos com mil beijos e abraços da minha tia.
Kathy: Meus queridos, têm de me desculpar, mas não vou conseguir arranjar almoço. Estou muito atrasada. Peço imensas desculpas! Eu empresto-vos dinheiros e vocês vão almoçar ou pedem que vos tragam comer do novo restaurante chinês… Pode ser?
Tânia: Claro que sim tia! E não te preocupes com o dinheiro! (pisquei-lhe o olho e rodei o corpo em direção à malta) Como é, comida chinesa à “beira lago”?!
Todos: Pode ser!
Dirigi-me para longe do grupo onde se instalou uma grande confusão, peguei no telemóvel pronta a encomendar a comida. Notei que tinha uma mensagem e rapidamente abri-a. Era uma notificação de que o telemóvel da Georgia já estava disponível. Chamei as raparigas e coloquei a chamada em alta voz.
Tânia: Georgia?!
Outro: “Não. Quem fala?”
Tânia: É a Tânia. Como tem o telemóvel da Georgia?
Outra: “Essa rapariga vendeu-me o telemóvel e esqueceu-se do cartão, já lhe tentei devolver mas ela não quis… e agora desculpe mas tenho de desligar. Tenha um bom dia.”
A chamada foi cancelada e ficámos ali especadas sem dizer nada. Acompanhado com a nossa surpresa do outro lado da chamada apareceu o Danny.
Danny: Vocês já sabem alguma coisa da Georgia?
Tânia: Não! (respondi rapidamente)
Trocámos uns olhares frios, parecia que as raparigas queriam contar a verdade, mas não era capaz de fazer ao Danny, mas também custava-me muito mentir-lhe.
Tânia: Danny, depois fala-mos ok?! Vou encomendar a comida.
Danny: Ok. (foi-se afastando de nós e juntou-se ao resto dos rapazes)
Giovanna: Tânia!!
Tânia: Que foi?
Giovanna: Não lhe devias ter mentido!
Tânia: Que querias que dissesse?
Izzy: A verdade…
Tânia: Eu falo logo com ele, com mais calma e sem a vossa pressão sobre mim! Vamos preparando as coisas para almoçar.
Pegámos nas coisas e levámos para junto do lago onde íamos almoçar. Assim que acabámos de pôr a mesa chegou a minha tia carregada de sacos do restaurante chinês, instalámo-nos e almoçamos com a companhia de grandes gargalhadas, expecto pela parte do Danny.
Izzy: Olha, bolinhos da sorte!
Tânia: Eu abro o primeiro!
Peguei no bolo e fui abrindo-o para, ver a minha “sorte”. À medida que ia partindo o bolo sentia as migalhes por entre os meus dedos fazendo comichão, finalmente abri-o e desenrolei a mensagem. O sorriso com que eu estava a partir o bolo rapidamente desapareceu quando li a mensagem. Mesmo à minha frente, em papel e na comida tinha uma mensagem do/a “SSS”.

Tânia *

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