sábado, 26 de janeiro de 2013

Capítulo 4

IV
4 de março de 2011 (parte 3)

Danny: Acabou…
Não parava de repetir aquela palavra tão dolorosa, que naquele momento lhe devia estar a ferir o coração.
Tânia: Tem calma Danny… Queres que eu tente falar com ela?
De repente, aquela cara de triste, de confuso e de medo desapareceu para dar lugar a uma cara séria e rígida.
Danny: Não. Foi o desejo dela.
Virou-me as costas e desapareceu por entre os móveis e depois pelo jardim. Ainda corri atrás dele para o impedir, mas ele já estava dentro do carro pronto a arrancar.
Voltei para dentro e tentei assimilar tudo o que tinha acontecido. Nada estava a fazer sentido, muito menos as atitudes da Georgia. A única maneira de esclarecer tudo era falar com ela. Peguei no telemóvel e disquei rapidamente o seu número. Chamou várias vezes, e ninguém atendeu. Voltei a tentar e desta vez a chamada foi cancelada. O que quer que tenha sido, não queria atender a minha chamada.
Comecei a ficar preocupada e resolvi então falar com a Giovanna e contar o que se passava.
Giovanna: Estás a falar a sério?! Eles acabaram?!
Tânia: Sim.
Giovanna: Que deu na cabeça da Georgia??
Tânia: Não sei! Estava triste e de repente tornou-se má!
Giovanna: Será que ainda é por causa da Dona Mary?
Tânia: Não sei, mas penso que sim. Acho que ela sente-se culpada.
Giovanna: Mas culpada do quê?
Tânia: Não sei…
Giovanna: Hoje saio mais cedo e passo por casa dela, quando souber de alguma coisa aviso-te.
Tânia: Ok.
Atirei o telemóvel para o sofá e deixei-me cair sobre este. Olhei para as pequenas manchas de bolor que se estavam a formar no teto da minha sala, fixei-as, e, por segundos, apaguei, deixei que o cansaço tomasse conta de mim e esqueci-me de tudo. O vibrar do telemóvel de baixo do meu rabo fez-me abrir novamente os olhos. Peguei no telemóvel e atendi.
Tânia: Sim?!
Kathy: Tânia, minha querida. Estou-te a chatear?
Tânia: Ah, tia. Não, claro que não. Que se passa?
Kathy: É assim minha querida, estou encarregue de um lanche aqui em casa com o grupo de jardinagem em que eu ando, mas estou um bocado atrasada nas sobremesas. Achas que a Vicky podia passar ai e faziam as duas aqueles cupcakes maravilhosos que costumam fazer?
Tânia: Claro que sim!
Kathy: Então ela vai para ai agora depois vêm amanha. Venham todos e passem cá o dia. Tenho saudades de vos ver todos junto ao lago a pescar. (ouviu-se um riso abafado)
Tânia: (correspondi ao riso e continuei) Vou falar com eles. Até manha.
Não era o que me estava a apetecer, passar o resto da tarde a fazer cupcakes com a minha prima, mas era para ajudar a minha tia e talvez me fizesse descontrair.
Fui até à cozinha e preparei uma sandes para comer, fui preparando as coisas para a nossa tarde de cozinheiras e fui trocar de roupa. Enquanto esperei por ela ainda deu para mandar uma mensagem pelo e-mail à minha mãe, mentindo-lhe e dizendo que estava tudo bem.
Vicky: Chegou a melhor cozinheira!
Desci as escadas e fui ao seu encontro cumprimentando-a com um grande beijo.
Tânia: Desculpa desiludir-te, mas sou eu!
Vicky: Então, como vão as coisas, desde aquela atribulada noite?
Tânia: Não vão muito bem…
Vicky: Então?
Tânia: A Georgia passou-se e acabou tudo com o Danny.
Vicky: A sério?
Tânia: Sim… e agora não atende o telemóvel. A Gio vai passar por casa dela e depois diz-me qualquer coisa. Vamos começar?
Vicky: Sim!
Dirigimo-nos à cozinha e começamos a fazer os cupcakes. Como era para o grupo de jardinagem da minha tia, decidimos fazer as decorações com coisas de jardim.
Tânia: E contigo, como vão as coisas?
Vicky: Vão bem. Não recebi mais nenhuma mensagem, o que é bom.
Tânia: Sim, vai-te dando por sortuda, e eu também, que desde essa noite ainda não recebi nenhuma.
Tinha acabado de dizer “nenhuma” quando o meu telemóvel toca. Tinha uma mensagem.
DE: Giovanna
MENSAGEM: “Temos de falar urgentemente. Passo agora por tua casa. Gio”

Tânia: Era a Gio. Diz que vai passar agora por aqui.
Vicky: Vamos por estes no forno e tirar os outros e depois fazemos qualquer coisa para o jantar.
Fomos arrumando as coisas e encaixotar os cupcakes enquanto esperávamos pela Giovanna, finalmente quando chegou retiramo-nos todas para a sala.
Tânia: Que aconteceu? Falas-te com a Georgia?
Giovanna: Não. Não estava em casa, e o Danny disse que não pôs lá os pés as tarde toda.
Vicky: Como é que ele estava?
Giovanna: Nada bem… mas continuando, como ela não estava lá, passei por casa dos pais dela.
Tânia: E então?
Giovanna: Não sabem de nada, só me disseram que ela passou por lá para buscar uns documentos que se tinha esquecido em casa deles.
Tânia: Que documentos?
Giovanna: Não sei, mas os pais dela também não sabiam, notava-se que também estavam preocupados.
Tânia: O que é que ela estará a tramar?!
Giovanna: Não sei, mas tenho medo que não seja coisa boa…
Vicky: Não é que ela não merecesse… Depois do que ela fez ao meu irmão, só me dá vontade de a estrangular!
Giovanna: Calma Vicky, nenhuma de nós sabe o que ela está a passar…
Vicky: Por acaso sei. A minha avó também já morreu…
Giovanna: Mas não te sentiste culpada pela sua morte pois não?! A Georgia sente-se culpada.
Ficámos em silêncio com a ultima nota aguda que saiu da boca da Giovanna.
Tânia: Não vamos pensar de cabeça quente, já sabem que não nos leva a lado nenhum.
Vicky: Tens razão.
Giovanna: Desculpem se estou assim nervosa, mas isto está a dar cabo de mim! Como é possível alguém nos querer tanto mal?! Que raio nós fizemos???
Sentou-se no sofá da sala e deixou cair a cabeça para entre as pernas, onde se ouvia uns soluços.
Tânia: Tem calma… (sentei-me junto dela)
Subiu a cabeça para cima e limpou as lágrimas.
Giovanna: Hoje recebi mais uma mensagem…
Vicky: Que dizia? 
Giovanna: Se ainda andava a fazer planos para o casamento.
Tânia: A sério?! Vocês estão mesmo a pensar em casar-se?
Giovanna: Falamos nisso de vez em quando, mas não quer dizer que seja já! Nem eu quero já! Mas um dia mais tarde quero…
Vicky: Então não te preocupes…
Giovanna: Preocupo… porque ele, ou ela, diz que se eu continuar com estas ideias a Carrie é que paga… Eu não me importo de perder tudo, só não quero que a Carrie esteja mais envolvida nisto. Ela tem um futuro enorme pela frente. Só em dá vontade de ir lá fora e gritar que quero negociar.
Tânia: E o que te faz pensar que estão lá fora?
Giovanna: Porque mandaram-me essa mensagem no fim de eu me afastar da loja de noivas do shoping.
Nenhuma de nós teve reação às últimas palavras da Giovanna. Parecia mesmo que estávamos a ser observadas.
Um telemóvel tocou. Um arrepio subiu-me pelo corpo todo e chegou-me à cara e perdeu-se. Olhei para o meu e vi que não era ele. Uma sensação no estômago fez-me acalmar e voltar a sentar-me no sofá, juntamente com a Vicky que também já tinha visto o telemóvel.
Vicky: É o teu Gio…
Ela estava paralisada, ali no meio da minha sala. Piscou os olhos com força e pegou no telemóvel. Aproximamo-nos dela para podermos ler também a mensagem.
DE: sem número
MENSAGEM: “As três juntas?! Que altura tão boa para fazer uma festa! Ainda por cima já com os bolos feitos!”
Tânia *

3 comentários:

  1. Primeiro que tudo, é verdade que sabe sempre bem estarmos no nosso cantinho especial e reflectirmos sobre certos assuntos, e de certa maneira abstrairmos-nos, nem que seja por breves segundos, do mundo ao nosso redor. _)
    Segundo, adorei este capitulo. Andava a desesperar por um novo capitulo, porque não é bonito terminares um capitulo sempre com uma mensagem anónima :c Não podes dar nem uma pista de quem é que anda a mandar as misteriosas mensagens? :o
    Beijinhos

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  2. R: Pois, eu calculei que não me fosses dizer nada, mas não custa manda tentar! :b
    E mais uma vez obrigado :D
    *ANSIOSA PELO PRÓXIMO CAPÍTULO*

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  3. Gostei muito do teu blog c:
    Beijinhos Ludmilla
    http://all-of-my-lifee.blogspot.pt/

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