quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Capítulo 6

VI
14 de março de 2011 (parte 1)
Tânia: Gio!
Giovanna: “Sim Tânia, hoje é dia de ir buscar o Dougie…”
Tânia: Não é isso! Voltei a receber uma mensagem!
Giovanna: “O quê? Que dizia?”
Tânia: Amanhã é o grande dia! Pode ser que também haja uma grande surpresa! E assinado com o mesmo de sempre: SSS!
Giovanna: “Tem calma!”
Tânia: Tenho calma?! Podem fazer alguma coisa ao Dougie, Gio!
Giovanna: “Não lhe vai acontecer nada! Vai-te mas é arranjar que já estás atrasada!”
Desliguei a chamada e atirei o telemóvel para acama, olhei-me ao espelho e vi as minhas olheiras, sinal de não ter dormido nada, passei um pouco de base para as esconder e evitar perguntas. Vesti-me a fui até ao café.
Tânia: Bom dia!
Danny: Bom dia. Já te pedi um café. O Harry, o Tom e a Izzy vão lá ter a Gio deve ir ter connosco ao restaurante.
Tânia: Ok. Como estás?
Danny: Não muito bem… Conseguiste falar com ela?
Tânia: Não, desculpa Danny…
Danny: Não tens de pedir desculpa. Vamos andando?
Tânia: Sim.

Harry: Bom dia! O nosso Dougie deve estar a chegar!
Danny: Esperamos aqui ou entramos?
Izzy: Já lá fui dentro e disseram que não falta muito para ele sair, por isso acho que podemos esperar aqui.
Danny: Ainda bem!
Começa-mos à conversa, conversa sem jeito, porque de uma maneira ou de outra estávamos todos nervosos com a chegada do Dougie. Cruzava as mãos uma com a outra espalhando o creme que há muito havia desaparecido. Lançava pequenos sorrisos à conversa deles. Mexia os pés freneticamente e dava pequenos paços para a frente e para trás, tudo isto visto na minha parte exterior. A minha parte interior estava a desfazer-se, sentia o meu coração a bater rapidamente sem parar, sentia um nó no estômago como que o café da manha me tivesse feito mal e tudo isto para nada. Eu o Dougie já não tínhamos nada, acabou há uns anos, mas continuava a preocupar-me com ele e vê-lo novamente iria provocar um grande efeito em mim.
Danny: Aí vem o nosso rapaz!
Vi o Danny a correr e a abraçar um rapaz, ainda não tinha visto a sua cara, nem reparado como estava. O Harry e o Tom foram-se aproximando e abraçando-o, de seguida foi a Izzy. Abriram espaço para que ele me pudesse ver e fui aí, o primeiro olhar que há muito tempo não se cruzava. Assim que me olhou corei e voltei a cabeça para baixo, mas rapidamente percebi que não era isso que queria, queria chegar ao pé dele e abraçá-lo, voltei a olhar para ele e ao mesmo tempo que o meu lábio superior tremia também uma lágrima caiu sobre o meu rosto. Fui-me aproximando dele ao mesmo temo que ele se ia aproximando de mim, estava-mos a centímetros um do outro quando não resisti e lancei os meus braços sobre o seu pescoço. Fui a melhor coisa que me tinha acontecido desde que estava em Londres. Senti o seu cheiro a perfume e o calor vindo do seu peito ele passou-se a mão sobre o rosto para me limpar a lágrima, encostou os seus lábios junto ao meu ouvido e murmurou.

Dougie: Senti muito a tua falta!
Deixei-me ir afastando dele e respondi-lhe.
Tânia: Eu também! (sem mais nem menos arregaço a mango do casaco e mostro-lhe uma pulseira) Olha a pulseira que me deste!
Dougie: Ainda a tens…
Tânia: É claro que tenho, vou guarda-la sempre!
Voltei a abraça-lo. Sentia-me bem sentindo os braços dele à volta da minha cintura.
Izzy: Meninos, vamos andando para o restaurante. Acabam as saudades a almoçar!
Obedece-mos às suas ordens e cada um fui para o carro, fui com o Danny e o Dougie.
Danny: Então puto?! Como te sentes?
Dougie: Bem melhor!
Danny: Ainda bem! Sabes que estamos todos aqui para ti!
Dougie: Então?! Estás-te a armar em sentimental?
Danny: Olha que engraçado que ele está!
Dougie: E tu? Que estás aqui a fazer? Pensava que estavas em Portugal…
Tânia: Já vim à umas semanas…
Dougie: Ainda bem! Fico feliz por estares aqui!
Sorrimos um para o outro. Voltei a olhar para a estrada. O meu olhar envergonhado voltou, mas não queria que ele o visse, não queria que ele pensasse que ainda havia alguma coisa, porque da minha parte não, e muito menos da dele. Ele foi para a reabilitação por causa da Frankie, por isso eu já tinha passado completamente á história.
À entrada do restaurante estava a Giovanna á nossa espera. Aproximou-se logo do nosso carro para abraçar o Dougie. No fim de algumas lágrimas por parte de todos após um pequeno discurso do Dougie, fomos entrando e instalando-nos numa das mesas reservadas.
Parecia tudo perfeito. Desde o ambiente à comida e, principalmente, à companhia. Sentia-me especialmente bem ao lado do Dougie. Depois de tudo por que tinha passado, voltar a estar ao lado da pessoa que sempre me ajudou é uma sensação bastante difícil de explicar, voltam todos os sentimentos à flor da pele. Jantei ao seu lado. Não consegui para de olhar para ele a ver a sua maneira do costume de comer, quer onde estivesse, era sempre a mesma.
Num momento rápido, os momentos de nós os dois juntos, passaram-me pela cabeça, um arrepio subiu-me pelas costas e foi manifestado pelos arriçados dos meus braços. Por incrível que pareça o Dougie reparou.
Dougie: Estás com frio? Queres o meu casaco?
Corei. Foi tão querido da parte dele, não só reparar que estava arrepiada, que para mim é coisa difícil de reparar, como também oferecer o seu casaco.
Tânia: Não. Também tenho aqui o meu…
Dougie: Então veste-o. Vamos lá fora que precisamos de falar.
Desculpámo-nos por sair da mesa. Como era de esperar, ninguém levou a mal.
A tarde estava agradável, fresca mas ao mesmo tempo agradável. Caminhamos um pouco em silencio até chegarmos a um banco vazio entre dois lindos arbustos floridos que alegravam aquele pequeno banco de madeira. Era um local bastante romântico.
Dougie: Vamo-nos sentar? (esperou que o obedecesse) Preciso de falar contigo…
Tânia: Passa-se alguma coisa?
Dougie: Mais ou menos… Talvez não, mas não sei o que é isto e confio em ti e gosto de falar contigo sobre tudo e também tinha saudades tuas e do eu sorriso e das tuas palavras e obviamente que gosto muito de ti…
As palavras saíram todas da sua boca em modo de corrida, como se nem tivesse dado conta que as estava a dizer à minha frente. Só no fim, a sua pele clara das bochechas avermelhou.
Da minha boca não saíram palavras. Estava complicado gesticular as palavras certas para lhe retribuir tudo aquilo.
Tânia: Dougie…
Dougie: Não precisas de dizer nada… Nem é disso que quero falar contigo. (assumiu uma postura mais séria tirando o telemóvel do casaco) Como sabes, durante o tempo em que estive na clinica não podia usar o telemóvel, e ainda bem, porque foi graças ao “telemóvel” que também fui para a clinica…
Tânia: Como assim?
Dougie: Umas semanas antes de ir para a clinica comecei a receber umas mensagens…
O meu coração acelerou. Havia mais gente envolvida do que eu, nós, pensávamos, principalmente as pessoas com quem mais nos preocupávamos.
Dougie: Ao principio pensava que era engano ou uma brincadeira de alguma fã paranoica, mas depois começou a envolver a Frankie e as razões pelas quais acabámos. Ainda cheguei a pensar que também pudesse ser algum jornalista, mas depois quando falei com ela, as coisas que vinham nas mensagens eram impossíveis de alguém saber…
Tânia: Achas que foi ela?
Uma primeira pista. Como era possível ainda não ter pensado nela, teria lógica. Quando acabaram todos os amigos do Dougie a começaram a detestar; também me detestava a mim por causa da minha relação com o Dougie. Mas não tinha lógica envolver a avó da Georgia nem começar a mandar mensagens antes de se chatearam, a não seu que era esse o seu plano.
Dougie: Não… Até porque as mensagens não envolviam só a ela… Envolviam outra pessoa…
Tânia: Quem?
Com alguns gestos de dedos mexeu no pequeno teclado do telemóvel, girou-o para mim.
Dougie: Esta foi a última mensagem que recebi, logo a seguir a ter saído da clínica.

DE: sem número
MENSAGEM: “Ainda não me esqueci de ti! E aposto que a tua amiga Tânia também não… 
Aproveitem os últimos tempos juntos. –SSS”

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