VI
14 de março de 2011 (parte 1)
Tânia: Gio!
Giovanna: “Sim Tânia,
hoje é dia de ir buscar o Dougie…”
Tânia: Não é isso!
Voltei a receber uma mensagem!
Giovanna: “O quê? Que
dizia?”

Giovanna: “Tem calma!”
Tânia: Tenho calma?!
Podem fazer alguma coisa ao Dougie, Gio!
Giovanna: “Não lhe vai
acontecer nada! Vai-te mas é arranjar que já estás atrasada!”
Desliguei a chamada e
atirei o telemóvel para acama, olhei-me ao espelho e vi as minhas olheiras,
sinal de não ter dormido nada, passei um pouco de base para as esconder e
evitar perguntas. Vesti-me a fui até ao café.
Tânia: Bom dia!
Danny: Bom dia. Já te
pedi um café. O Harry, o Tom e a Izzy vão lá ter a Gio deve ir ter connosco ao
restaurante.
Tânia: Ok. Como estás?
Danny: Não muito bem…
Conseguiste falar com ela?
Tânia: Não, desculpa
Danny…
Danny: Não tens de pedir
desculpa. Vamos andando?
Tânia: Sim.
Harry: Bom dia! O nosso
Dougie deve estar a chegar!
Danny: Esperamos aqui ou
entramos?
Izzy: Já lá fui dentro e
disseram que não falta muito para ele sair, por isso acho que podemos esperar
aqui.
Danny: Ainda bem!
Começa-mos à conversa,
conversa sem jeito, porque de uma maneira ou de outra estávamos todos nervosos
com a chegada do Dougie. Cruzava as mãos uma com a outra espalhando o creme que
há muito havia desaparecido. Lançava pequenos sorrisos à conversa deles. Mexia
os pés freneticamente e dava pequenos paços para a frente e para trás, tudo
isto visto na minha parte exterior. A minha parte interior estava a
desfazer-se, sentia o meu coração a bater rapidamente sem parar, sentia um nó
no estômago como que o café da manha me tivesse feito mal e tudo isto para nada.
Eu o Dougie já não tínhamos nada, acabou há uns anos, mas continuava a
preocupar-me com ele e vê-lo novamente iria provocar um grande efeito em mim.
Danny: Aí vem o nosso
rapaz!
Vi o Danny a correr e a
abraçar um rapaz, ainda não tinha visto a sua cara, nem reparado como estava. O
Harry e o Tom foram-se aproximando e abraçando-o, de seguida foi a Izzy.
Abriram espaço para que ele me pudesse ver e fui aí, o primeiro olhar que há
muito tempo não se cruzava. Assim que me olhou corei e voltei a cabeça para baixo,
mas rapidamente percebi que não era isso que queria, queria chegar ao pé dele e
abraçá-lo, voltei a olhar para ele e ao mesmo tempo que o meu lábio superior
tremia também uma lágrima caiu sobre o meu rosto. Fui-me aproximando dele ao
mesmo temo que ele se ia aproximando de mim, estava-mos a centímetros um do
outro quando não resisti e lancei os meus braços sobre o seu pescoço. Fui a
melhor coisa que me tinha acontecido desde que estava em Londres. Senti o seu
cheiro a perfume e o calor vindo do seu peito ele passou-se a mão sobre o rosto
para me limpar a lágrima, encostou os seus lábios junto ao meu ouvido e
murmurou.
Deixei-me ir afastando
dele e respondi-lhe.
Tânia: Eu também! (sem
mais nem menos arregaço a mango do casaco e mostro-lhe uma pulseira) Olha a
pulseira que me deste!
Dougie: Ainda a tens…
Tânia: É claro que
tenho, vou guarda-la sempre!
Voltei a abraça-lo.
Sentia-me bem sentindo os braços dele à volta da minha cintura.
Izzy: Meninos, vamos
andando para o restaurante. Acabam as saudades a almoçar!
Obedece-mos às suas
ordens e cada um fui para o carro, fui com o Danny e o Dougie.
Danny: Então puto?! Como
te sentes?
Dougie: Bem melhor!
Danny: Ainda bem! Sabes
que estamos todos aqui para ti!
Dougie: Então?! Estás-te
a armar em sentimental?
Danny: Olha que
engraçado que ele está!
Dougie: E tu? Que estás
aqui a fazer? Pensava que estavas em Portugal…
Tânia: Já vim à umas
semanas…
Dougie: Ainda bem! Fico
feliz por estares aqui!
Sorrimos um para o
outro. Voltei a olhar para a estrada. O meu olhar envergonhado voltou, mas não
queria que ele o visse, não queria que ele pensasse que ainda havia alguma
coisa, porque da minha parte não, e muito menos da dele. Ele foi para a
reabilitação por causa da Frankie, por isso eu já tinha passado completamente á
história.
À entrada do restaurante
estava a Giovanna á nossa espera. Aproximou-se logo do nosso carro para abraçar
o Dougie. No fim de algumas lágrimas por parte de todos após um pequeno
discurso do Dougie, fomos entrando e instalando-nos numa das mesas reservadas.
Parecia tudo perfeito.
Desde o ambiente à comida e, principalmente, à companhia. Sentia-me
especialmente bem ao lado do Dougie. Depois de tudo por que tinha passado,
voltar a estar ao lado da pessoa que sempre me ajudou é uma sensação bastante
difícil de explicar, voltam todos os sentimentos à flor da pele. Jantei ao seu
lado. Não consegui para de olhar para ele a ver a sua maneira do costume de
comer, quer onde estivesse, era sempre a mesma.
Num momento rápido, os
momentos de nós os dois juntos, passaram-me pela cabeça, um arrepio subiu-me
pelas costas e foi manifestado pelos arriçados dos meus braços. Por incrível que
pareça o Dougie reparou.
Dougie: Estás com frio?
Queres o meu casaco?
Corei. Foi tão querido
da parte dele, não só reparar que estava arrepiada, que para mim é coisa difícil
de reparar, como também oferecer o seu casaco.
Tânia: Não. Também tenho
aqui o meu…
Dougie: Então veste-o. Vamos
lá fora que precisamos de falar.
Desculpámo-nos por sair
da mesa. Como era de esperar, ninguém levou a mal.
A tarde estava
agradável, fresca mas ao mesmo tempo agradável. Caminhamos um pouco em silencio
até chegarmos a um banco vazio entre dois lindos arbustos floridos que
alegravam aquele pequeno banco de madeira. Era um local bastante romântico.
Dougie: Vamo-nos sentar?
(esperou que o obedecesse) Preciso de falar contigo…
Tânia: Passa-se alguma
coisa?
Dougie: Mais ou menos…
Talvez não, mas não sei o que é isto e confio em ti e gosto de falar contigo
sobre tudo e também tinha saudades tuas e do eu sorriso e das tuas palavras e
obviamente que gosto muito de ti…
As palavras saíram todas
da sua boca em modo de corrida, como se nem tivesse dado conta que as estava a
dizer à minha frente. Só no fim, a sua pele clara das bochechas avermelhou.
Da minha boca não saíram
palavras. Estava complicado gesticular as palavras certas para lhe retribuir
tudo aquilo.
Tânia: Dougie…
Dougie: Não precisas de
dizer nada… Nem é disso que quero falar contigo. (assumiu uma postura mais
séria tirando o telemóvel do casaco) Como sabes, durante o tempo em que estive
na clinica não podia usar o telemóvel, e ainda bem, porque foi graças ao “telemóvel”
que também fui para a clinica…
Tânia: Como assim?
Dougie: Umas semanas
antes de ir para a clinica comecei a receber umas mensagens…
O meu coração acelerou. Havia
mais gente envolvida do que eu, nós, pensávamos, principalmente as pessoas com
quem mais nos preocupávamos.
Dougie: Ao principio
pensava que era engano ou uma brincadeira de alguma fã paranoica, mas depois
começou a envolver a Frankie e as razões pelas quais acabámos. Ainda cheguei a
pensar que também pudesse ser algum jornalista, mas depois quando falei com
ela, as coisas que vinham nas mensagens eram impossíveis de alguém saber…
Tânia: Achas que foi
ela?
Uma primeira pista. Como
era possível ainda não ter pensado nela, teria lógica. Quando acabaram todos os
amigos do Dougie a começaram a detestar; também me detestava a mim por causa da
minha relação com o Dougie. Mas não tinha lógica envolver a avó da Georgia nem
começar a mandar mensagens antes de se chatearam, a não seu que era esse o seu
plano.
Dougie: Não… Até porque
as mensagens não envolviam só a ela… Envolviam outra pessoa…
Tânia: Quem?
Com alguns gestos de
dedos mexeu no pequeno teclado do telemóvel, girou-o para mim.
Dougie: Esta foi a
última mensagem que recebi, logo a seguir a ter saído da clínica.
DE:
sem número
MENSAGEM:
“Ainda não me esqueci de ti! E aposto que a tua amiga Tânia também não…
Aproveitem os últimos tempos juntos. –SSS”
Aproveitem os últimos tempos juntos. –SSS”
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